SBP Sociedade Brasileira de Psicologia

Marcia Regina Bonagamba Rubiano apresenta a SBP

Apresentando a Sociedade Brasileira de Psicologia - Márcia Regina Bonagamba Rubiano

A Sociedade Brasileira de Psicologia foi criada em 1991, como sucessora da Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto fundada no início de 1971. É uma entidade civil sem fins lucrativos, sem vínculos políticos, ideológicos ou religiosos, com sede e foro na cidade de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo.

Na tentativa de apresentá-la, buscamos informações na memória, nos relatos de outros que também participaram de sua construção e nas publicações e documentos da própria Sociedade. Importante lembrar que aqui não temos a pretensão de escrever o histórico desta Sociedade. Porém, para conhecer a Sociedade Brasileira de Psicologia, é necessário conhecer seus antecedentes.

Contexto de Criação da Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto (SPRP 1971-1991)

Na década de 60, o homem chegava à lua, o mundo vivia sob a tensão da "guerra fria", com reflexos diretos sobre os governos da América Latina. O Brasil, embora inaugurasse sua nova capital, enfrentava um recrudescimento no sistema democrático, numa época em que o movimento estudantil tinha grande envolvimento com os problemas sociais brasileiros.

Nas palavras de um articulista da Folha, as geladeiras eram brancas e os telefones pretos e fixos, acrescentamos. As moças vestiam mini-saias, calças Lee ou boca-de-sino. Os rapazes, camisa Volta-ao-mundo.

Para realizar nossos trabalhos de ensino e pesquisa, usávamos a máquina de datilografia, o normógrafo e o mimeógrafo; para as revisões bibliográficas, consultávamos pilhas com mais de metro dos "Psychological Abstracts".

A Psicologia era ensinada nos cursos de Filosofia, Pedagogia, Teologia, Direito e Medicina. O primeiro curso de Psicologia começou a funcionar, já em 1958, na Faculdade da Filosofia, Ciências e Letras da USP-SP, que funcionava na Rua Maria Antônia.

Os cursos para formação do psicólogo foram regulamentados pela Lei 4.119 de 27 de agosto de 1962, dia em que comemoramos o dia do psicólogo. No final da década de 60 e início dos anos 70, começavam a atuar no mercado de trabalho, os primeiros psicólogos formados em conformidade com a nova legislação, com seus direitos e obrigações devidamente regulamentados, ao lado de outros profissionais que já atuavam na área. Coube a estes novos profissionais redefinir, com sua atuação, o campo de trabalho e o fazer Psicologia nas diferentes situações, relacionadas à atuação profissional, ensino e pesquisa.

Inexistiam os cursos de pós-graduação, mas já existiam algumas entidades congregando os profissionais da área como a Associação Brasileira de Psicólogos, a Associação Brasileira de Psicologia Aplicada, a Sociedade de Psicologia de São Paulo e a Sociedade Mineira de Psicologia. Mas, ainda não existiam os órgãos de classe, muito menos os sindicatos da área, que pudessem orientar, apoiar os psicólogos e lutar pela jovem profissão. As Reuniões Anuais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) eram o principal fórum para conhecer e debater os trabalhos científicos de Psicologia.

No interior do Estado de São Paulo, na cidade de Ribeirão Preto, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, então Instituto Isolado do Estado e hoje Universidade de São Paulo (USP), o curso de Psicologia, junto com os cursos de Biologia e Química, começou a funcionar no dia 31 de março de 1964, ainda sem saber, sob o regime ditatorial.

Nós, os formandos da terceira turma deste curso (diplomados em 1970), tivemos o privilégio de sermos co-autores na criação da Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto (SPRP). Como já descrito pelos colegas Ricardo Gorayeb (1988 e 1990), Mara Ignes Campos de Carvalho (1988) e por nosso professor Reinier J. A. Rozestraten (1988), a criação da SPRP foi possível pelas exigências do momento vivido pela profissão recém regulamentada. Aliado a isso existia o triste fato de que estávamos impedidos de qualquer atuação política, tão cara à nossa geração, e especialmente pelas oportunidades que se fizeram presentes na nossa formação.

Nas salas de aula, particularmente com a professora Ângela Inês Simões Rozestraten, discutíamos problemas éticos da profissão e dificuldades a serem enfrentadas como: institutos psicotécnicos que não aceitavam a necessidade legal do psicólogo, médicos e padres que não reconheciam o papel do psicólogo como clínicos e leigos exercendo a profissão. Ainda não dispúnhamos do Centro de Psicologia Aplicada, responsável pela coordenação dos estágios supervisionados.

Nas experiências práticas, vivenciávamos plenamente o papel de pesquisador: ao realizarmos a monografia obrigatória para conclusão do curso; ao realizarmos os estágios que, mesmo os clínicos, favoreciam a formação científica; ao participarmos das Reuniões Anuais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), inclusive na tradução da sigla para Sociedade Brasileira para o Passeio dos Cientistas (São Paulo, Porto Alegre, Salvador). A formação científica era pretendida por nosso curso e as oportunidades de pesquisa eram ampliadas pela estreita convivência com os professores e laboratórios da já reconhecida Faculdade de Medicina (especialmente João Cláudio Todorov, Tereza Pontual de Lemos Mettel, Maria Clotilde Rossetti Ferreira, Isaias Pessotti).. Os sócios fundadores foram alunos e professores e os recém formados das três primeiras turmas do curso de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Nas palavras de Souza e Alves (1988), "essa é uma Sociedade que nasceu estudante e se alimenta do seu espírito, tem a ele como meta e por isso, esse brilho de entusiasmo..." (pág. 4).

Objetivos e Realizações da Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto

Como pode ser percebido, a SPRP nasceu com duplo objetivo: divulgar e debater a produção científica e refletir sobre a formação em Psicologia e também preservar a profissão e cuidar da ética no exercício da mesma. Por este motivo as primeiras diretorias foram compostas por dois vice-presidentes, um relacionado aos assuntos científicos e o outro aos assuntos éticos e profissionais.

Vale aqui apontar a constituição da primeira Diretoria (gestão 1971-1972): Renier Jonhannes Antonius Rozestraten (Presidente); João Cláudio Todorov (1º Vice-presidente); Ângela Simões Rozestraten (2ª Vice-presidente); Ricardo Gorayeb (1º secretário); Terezinha Moreira Leite (2ª Secretária); Lino de Macedo (1º Tesoureiro); Luiz de Oliveira, hoje Luís Marcellino (2º Tesoureiro). Esta diretoria teve a assessoria jurídica de Zélia Maria Mendes Biazoli Alves (psicóloga e também bacharel em Direito). A seguir, as diretorias tiveram mandato de apenas um ano e, a partir de 1980, passaram a ter apenas um vice-presidente. Foram seus presidentes: Renier Rozestraten (1971, 1972, 1973, 1990); Luiz Marcellino de Oliveira (1974, 1975, 1978, 1981); Maria Clotilde Rossetti Ferreira (1976); Isaias Pessotti (1977); Ricardo Gorayeb (1979, 1982, 1983, 1986, 1991); José Lino de Macedo (1980); André Jacquemin (1984, 1985); Deisy das Graças de Souza (1987, 1988) e José Aparecido da Silva (1989).

Inicialmente, a Diretoria reunia-se em prédio da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP - USP), posteriormente compartilhou sala com a delegacia do CRP/06 e, finalmente, adquiriu sede própria no Edifício Canadá, à rua Florêncio de Abreu, 681, sala 1105. A seguir, descreveremos as principais atividades desenvolvidas pela SPRP.

a) A SPRP e a realização das Reuniões Anuais de Psicologia (RA)

A Reunião Anual de Psicologia é um encontro científico com duração média de cinco dias, realizado sempre no mês de Outubro, mês escolhido por não coincidir com a reunião anual da SBPC e por permitir à primeira Diretoria planejar a I Reunião Anual (1971) ainda no ano de criação da Sociedade. Ribeirão Preto foi palco anual de todas as reuniões anuais da SPRP e inclusive das sete primeiras reuniões depois que se tornou nacional, isto até 1998.

A I Reunião Anual (1971) contou com cerca de 350 participantes, teve a presença maciça de estudantes e profissionais de Ribeirão Preto, de professores e alunos de outros cursos de Psicologia do Estado de São Paulo e também de Minas Gerais, Paraná e Salvador, em decorrência inclusive da ida de recém formados da FFCLRP para outros centros.

Uma característica marcante das cinco primeiras reuniões anuais era a programação única, todos participavam de tudo e tudo ocorria em uma única sala: no antigo Cine Cairo, no Jardim Paulista (I RA); no Teatro Municipal (II RA), no alto do Morro São Bento; no salão social da Sociedade Socorros Mútuos (III RA), no centro; no salão social do Palestra Itália Esporte Clube (IV, V RA), no Campos Elíseos.

Nestas primeiras reuniões, as comunicações científicas (25 a 40 trabalhos no total) eram apresentadas oralmente; ocorria apenas uma conferência por dia. O mesmo pode ser dito das mesas redondas que passaram a acontecer a partir da II RA; os simpósios e os cursos começaram a fazer parte do evento apenas na V RA, até esta época, apenas duas destas atividades ocorreram paralelamente.

Posteriormente, com o aumento de atividades e conseqüente organização de sessões paralelas, foi necessária a ampliação do espaço. O salão do Palestra Itália começou a ser usado junto com dependências da Instituição Universitária Moura Lacerda (VI e VII RA); o Teatro Municipal junto com as dependências da Casa da Cultura (VIII e IX RA) e o centro de convenções do Hotel Stream Palace (X RA), "ampliado" com salas do Colégio Nossa Sra Auxiliadora (XI RA), da Associação Comercial, da Associação Odontológica ou do Centro Médico. Estas salas localizavam-se relativamente próximas do hotel, cerca de três a oito quadras. A partir de 1983 até 1991, as reuniões anuais foram realizadas no Campus da USP, na Faculdade de Filosofia, ocupando também dependências das Faculdades de Medicina, Enfermagem e muitas vezes a antiga Capela do Campus. Porém, as sessões de abertura ainda eram realizadas em locais do centro da cidade (Associação Comercial, Hotel Stream Palace).

O evento cresceu também em número de congressistas: na VIII RA o número de participantes mais do que dobrou (816 inscritos, sendo 83% estudantes). O programa da XI RA (1981) foi composto por oito conferências, seis simpósios, seis mesas redondas, cinco cursos, quatro sessões de trabalho, inclusive uma de "Análise dos congressos de Psicologia nos últimos anos", projeção de filmes e 115 comunicações orais, distribuídas em 18 sessões.

A importância atribuída às comunicações científicas e o cuidado com a formação dos proponentes de comunicação científica fica patente com a constituição de Comissão Científica para análise e seleção dos resumos, comissão esta que muitas vezes desempenhou um trabalho pedagógico orientando os autores para reformularem seus trabalhos e os reapresentarem para nova análise. Nas sessões de comunicações, além do presidente da sessão, por vezes, havia dois debatedores.

Na primeira década, a SPRP desenvolveu uma forma de organização das reuniões anuais, responsável pelo grande sucesso do evento, a qual foi sendo burilada pelas sucessivas diretorias. Assim, as próximas dez reuniões anuais (1981 a 1991) foram organizadas com a participação ativa das divisões especializadas, sob coordenação da Diretoria. Geralmente acabavam em chopada, como era anunciado no próprio programa e como costumávamos escrever nos quadros, que na época eram negros, "Depois chopada".

Outras inovações, que também mostram a preocupação com o jovem cientista, implantadas na XVII RA (1987), foram a oportunidade de apresentação de projetos de pesquisa e a inclusão de cursos matutinos e vespertinos, duplicando as oportunidades de formação. Em 1989 (XIX RA), foram realizadas nove sessões de projetos, além de 39 de comunicações e sete de comunicações coordenadas.

O número de participantes continuava a crescer. A XVIII RAP (1988) contou com 1009 congressistas inscritos, dos quais 46% eram profissionais e metade sócios. Os participantes provinham de 85 cidades diferentes e de 19 estados brasileiros.

b) A SPRP e a atuação profissional

Logo após a I RA, em dezembro de 1971, foi promulgada a Lei 5.766 criando o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia. Considerando o tempo necessário para a implantação dos conselhos e sindicato, a SPRP manteve a segunda vice-presidência até o ano de 1979, trabalhando com vistas ao exercício profissional e à ética profissional. Nesta direção a SPRP teve diferentes participações.

Colaborou para instalação dos conselhos profissionais: manteve os sócios informados sobre os avanços para a organização da profissão já a partir do 1o. Boletim da SPRP (1971); participou da reunião das diversas entidades de Psicologia convocada para eleger a primeira Diretoria do Conselho Federal de Psicologia (Dezembro de 1973) e teve seus sócios como membros dos órgãos de classe (Reinier Rozestraten participou, como conselheiro suplente, das reuniões da primeira diretoria do CFP; Terezinha Moreira Leite, como suplente da primeira diretoria do Conselho Regional de Psicologia da 6ª região e posteriormente, João Cláudio Todorov foi presidente do Conselho Regional da 1ª região). Em Ribeirão Preto, a SPRP recebeu inscrições dos psicólogos da 6ª região para obtenção do CRP e reuniu-se com membros da diretoria do CRP (X RA, 1980).

Esteve atenta a ameaças ao trabalho do psicólogo: mobilizou os sócios na oportunidade em que o Conselho Nacional de Saúde questionou a abrangência do campo profissional definido pela nova Lei, tomando por base parecer, formulado pelo sanitarista Arthur de Alcântara, propondo restrições ao exercício de atividades clínicas terapêuticas (1973); encabeçou abaixo assinado contra a abertura de novos cursos de Psicologia sem que fossem ouvidos o Conselho Federal de Psicologia e o Sindicato (1975), visto que naquela época já existiam 61 cursos em funcionamento; participou do movimento contra o projeto Julianelli, manifesto assinado pelas associações profissionais da área da saúde com ampla divulgação e enviado ao Conselho Federal.

Criou oportunidades, durante as Reuniões Anuais, para reflexão de temas pertinentes ao exercício profissional como: "Problemas encontrados na prática profissional", "Ética Profissional" (1973); "Ética e problemas no exercício profissional" (1974); "Oportunidade de trabalho para o psicólogo" (1976); "Formação científica e exercício profissional" (1977); "A identidade profissional do psicólogo: nossa experiência no CRP 06" (conferência proferida por Luiz Otávio Seixas Queiroz na sessão de abertura da X RA,1981); "Reformulação do Código de Ética" (1984); "Formação e atuação do psicólogo: dados nacionais e regionais, com participação do CFP e os oito regionais (1986).

Ao lado das atividades constantes dos programas das Reuniões Anuais, promoveu várias palestras e cursos durante o ano. Estas promoções eram extremamente valorizadas por profissionais da cidade e região, conforme tivemos chance de constatar em diferentes momentos, através de entrevistas feitas com profissionais da cidade por alunos da disciplina Ética Profissional, sob nossa orientação.

Além da contribuição direta na formação e organização de profissionais e estudantes, a SPRP sempre se preocupou com a política relacionada ao ensino na graduação e pós-graduação, como demonstram as realizações a seguir:

- Propiciou discussão e debate sobre a formação, realizando mesas redondas tais como: Currículo dos cursos de Psicologia (III RAP, 1973), Pós-graduação em Psicologia (IV RAP), Formar o psicólogo como e para quê? (VI RAP);

- Elaborou relatório sobre o ensino de Pós-graduação de Psicologia, incorporando sugestões de coordenadores de cursos de Psicologia (1974);

- Pesquisou a opinião sobre o currículo mínimo, através de questionários enviados aos cursos de Psicologia, a profissionais e instituições, por ocasião da tentativa de revisão do currículo mínimo em 1977. Apresentou e debateu as respostas em simpósios, em dois deles os estudantes ocuparam a mesa e os profissionais a platéia (VIII RAP). Nesta oportunidade convidou dois conferencistas (Samuel Pfrom Neto e Rosa Benedetti Albanezzi) que faziam parte do grupo que elaborou a proposta a ser enviada ao Conselho Federal de Educação para a reformulação do Currículo Mínimo de Psicologia;

- Promoveu os debates sobre aspectos de ensino e pesquisa na Pós-Graduação em Psicologia no Brasil: sessão de Painéis sobre "Oportunidades de formação em Psicologia: programas de residência e de pós-graduação" (VII RA); mesa redonda intitulada "Currículo: uma proposta para a formação de profissionais e pesquisadores em Psicologia no Brasil" (VIII RA).

c) SPRP e a organização de diferentes áreas

Ao mesmo tempo em que passou a contar com apenas um vice-presidente, a SPRP começou a organizar suas atividades com ajuda das Divisões Especializadas, grupos de trabalho composto por sócios interessados por diferentes áreas e coordenados pelos mais experientes. Já em 1980 foram instaladas quatro divisões especializadas, chegando a treze divisões, em 1990: Análise do Comportamento; História e Filosofia da Psicologia; Modificação do Comportamento; Percepção e Cognição; Psicobiologia; Psicologia Clínica; Psicologia da Saúde; Psicologia do Desenvolvimento; Psicologia do Escolar e Educação Especial; Psicologia Ecológica e do Trânsito (não atuante em 1991); Psicologia Social; Psicologia Organizacioanl e do Trabalho (estas duas estiveram reunidas em 1991) e Técnicas de Exame e Aconselhamento. Estas divisões, com algumas alterações, auxiliaram a organização da última reunião anual da SPRP, a XXI RA (1991) chamada de "reunião da maturidade".

Também, a partir de 1980, o programa das Reuniões Anuais começou a oficializar a realização de Encontros de Profissionais que perseguiam interesses comuns em diferentes áreas. Ao oferecer espaço e infra-estrutura, a SPRP contribuiu para a organização destes profissionais, tendo sido palco para criação de outras sociedades, que aos poucos foram constituindo espaços próprios.

A seguir estão apontados, juntamente com as datas que conseguimos precisar, alguns grupos que desfrutaram das condições oferecidas pela SPRP, reconhecendo que possivelmente estes não sejam os únicos nem que estas tenham sido as únicas oportunidades:

- Professores interessados na supervisão de estágios profissionalizantes, discutiram normas relacionadas à supervisão do exercício profissional em 1975, 1980, 1987;

- Profissionais voltados para a saúde: trabalhando em Hospitais Psiquiátricos (1980); trabalhando na área da saúde (1984 e 1985); Grupo cooperativo brasileiro de estudo do protocolo de investigação psicológica da criança com câncer (1990);

- Profissionais de diferentes áreas: Organização (1984), Indústria (1985); História da Psicologia (1985); Escolar (1987 e 1990); Técnicas de Exame Psicológico (1987, 1989, 2000);

- Profissionais voltados para abordagens específicas: XII Simpósio Internacional sobre Modificação de Comportamento, que acontecia pela primeira vez no Brasil (1982), Encontro de Terapeutas Comportamentais (1986), Encontros de Profissionais da Abordagem Centrada na Pessoa (1987, 1989, 1990);

- Responsáveis por Laboratórios de Pesquisa em Análise Experimental do Comportamento (AEC) no Brasil (1986);

- Professores de Psicologia do Desenvolvimento e de Psicologia Experimental; Pesquisadores de Psicologia Clínica, Profissionais de creche (1989);

- Professores e pesquisadores voltados para a questão ensino e pesquisa: Associação Nacional de Pesquisa e Ensino de Psicologia, ANPEPP (1984, 1990); Sociedades de Psicologia (1985); I e II Encontro Nacional de Instituições de Pesquisa e Ensino em Psicologia, ENEP (1987 e 1988); III Encontro Nacional de Instituições de Pesquisa e Ensino em Psicologia, ENIPEP. Este último, evento satélite da XIX RA (1989), discutiu o documento "Avaliação e Perspectivas em Psicologia: de 1982 a 1989", elaborado por Maria Amélia Matos e publicado pela Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto. Tal documento voltou a ser discutido em mesa redonda na XX RA (1990).

- Outros: Conselho Editorial e Diretoria da Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa (1986).

Como pode ser visto, embora regional, a SPRP servia como "guarda-chuva" para os profissionais brasileiros.

d) A SPRP e suas publicações

Logo que constituída, a SPRP passou a enviar aos sócios seu Boletim Informativo, que serviu como instrumento de comunicação com os sócios durante toda a existência da SPRP.

Todas as reuniões anuais contaram com os livros de "Programa e Resumos", sendo que, nos primeiros anos, em um só volume e seguindo a ordenação temporal das atividades desenvolvidas na reunião.

Além do Programa e Resumos, a SPRP passou a publicar os Anais a partir da V RA. Os Anais de 1975 foram totalmente financiados pelo CNPq, cujo representante havia estado presente na RA anterior. Até 1981, os Anais eram compostos pela transcrição das gravações das conferências, simpósios e mesas redondas. A partir de 1982, os Anais passam a publicar exclusivamente os trabalhos redigidos e entregues pelos autores, sendo que, em várias oportunidades, os editores lamentam o fato de estarem publicando apenas parte das atividades constantes do Programa, uma vez que muitos participantes não enviavam o texto completo para publicação. Os Anais de 1985 apontam o empenho da Diretoria na revisão dos textos completos publicados em cada número.

Em 1991, a SPRP passou a divulgar o Programa separado dos Resumos que passaram a ser intitulados "Resumos de Comunicações Científicas". Esta forma garantia a divulgação de todas as atividades constantes do Programa e fugia dos problemas enfrentados para a publicação dos Anais. Seu primeiro número contém 298 resumos, sendo 264 de comunicações científicas.

A Sociedade Brasileira de Psicologia ( SBP 1991 - )

As Reuniões Anuais de Psicologia (SPRP / SBP) foram e continuam sendo momentos para realização de assembléia ordinária dos sócios. A partir de 1985, nas assembléias da SPRP, passou a ser discutido a importância da Psicologia ter uma sociedade nacional, a relevância das reuniões anuais para os cientistas brasileiros e o porte que a SPRP havia tomado no cenário brasileiro. Nesta época foi criado um Comitê de Política Científica para analisar a oportunidade de transformação da SPRP em nacional e propor um estatuto para a nova sociedade. Após alguns anos de reflexão e debate, foi convocada uma assembléia de sócios, por ocasião da XXI RA (1991), para votar a transformação da SPRP e aprovação do novo estatuto. Em 24 de outubro de 1991, a assembléia geral de sócios da SPRP decidiu pela criação da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) e aprovou seu Estatuto, o qual continua em vigor.

A SBP, sucessora da SPRP, manteve-se fiel ao desenvolvimento da Psicologia perseguindo como objetivos, dentre outros, "promover a pesquisa, o ensino e a aplicação da Psicologia, visando o bem estar humano; promover e facilitar a cooperação entre pesquisadores, profissionais e estudantes de Psicologia e áreas afins " (art.2o. do Estatuto).

As Diretorias passaram a ser eleitas para uma gestão de dois anos. Foram seus presidentes: Carolina Martuscelli Bori (92-93); Carlos Alberto Bezerra Tomaz (94-95); Maria Ângela Guimarães Feitosa (96-97); Luiz Marcellino de Oliveira (98-99); Olavo de Faria Galvão (2000-2001); Maria Martha Costa Hübner (2002-2003 e 2004-2005). A SBP continua a funcionar na mesma sede da SPRP, agora ampliada, graças à verba disponível com a venda de dois terrenos adquiridos em 1992, o que reflete a situação financeira invejável da antecessora. A SBP teve seu Regimento aprovado em Assembléia de 1995, muito embora não esteja registrado.

A SBP procura englobar ou representar toda a gama do conhecimento em Psicologia, tentando abranger as seguintes subáreas: Análise Experimental do Comportamento, Ergonomia, Formação em Psicologia, História da Psicologia, Metodologia de Pesquisa e Instrumentação, Percepção e Psicofísica, Psicobiologia e Neurociências, Psicologia Ambiental, Psicologia do Desenvolvimento, Psicologia Clínica e da Personalidade, Psicologia Cognitiva, Psicologia Escolar e da Educação, Psicologia do Esporte, Psicologia da Família e da Comunidade, Psicologia Organizacional e do Trabalho, Psicologia da Religião, Psicologia da Saúde, Psicologia Social, Saúde Mental e Técnicas de Exame Psicológico.

Para atingir seus objetivos, a SBP procura realizar as obrigações estatutárias (art 3o.), como descrito a seguir.

a) "Realizar uma reunião anual de caráter científico"

A SBP continuou a tradição, a qualidade e inclusive a numeração das reuniões anuais. Assim, a primeira reunião da SBP foi a XXII RA (1992) e, até a XXVIII RA (1998), o encontro continuou sendo no Campus da USP, em Ribeirão Preto.

Sob a presidência de Luiz Marcellino de Oliveira (quarta gestão da SBP), as reuniões anuais começaram a ocorrer em diferentes cidades e estados, iniciando sua trajetória pelo país. Desta forma, a Sociedade visava ampliar a participação de profissionais e estudantes de diferentes regiões, tornando-se cada vez mais representativa e abrangente. Assim, a XXIX RA (1999) foi realizada em Campinas, uma cidade relativamente próxima de Ribeirão Preto, no campus no Instituto de Psicologia e Fonoaudiologia da Pontifícia Universidade Católica. Tão vinculada a Sociedade estava à cidade de Ribeirão Preto, que se ouvia pergunta: "Este ano, Ribeirão será em Campinas?".

No ano seguinte, a XXX RA (2000) ocorreu no Distrito Federal, no Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília/Finatec; em 2001 no Rio de Janeiro na Universidade do Estado do Rio de Janeiro; em 2002, na Universidade Federal de Santa Catarina em Florianópolis; em 2003, na Fundação Mineira de Educação e Cultura em Belo Horizonte. Em 2004, a FFCLRP-USP Ribeirão Preto sediou a XXXIV RA, em comemoração aos 40 anos da Instituição e do Curso de Psicologia onde foi gestada a idéia de criação da então SPRP, seguindo o lema "O bom filho, à casa retorna".

As reuniões anuais da SBP, a partir de 1992, têm sido em geral organizadas em torno de temas, a saber "Criança: Ciência e compromisso", "Adolescência: O futuro em crise", "Psicologia no Brasil: Diversidade e desafios", "A construção da Psicologia Brasileira na pesquisa e no ensino", "Sustentação científica da prática em Psicologia", "Formação do psicólogo brasileiro: História de desafios e conquistas".

Para organização das reuniões anuais, a diretoria conta com suporte de uma Comissão Científica, composta por especialistas nas diferentes subáreas, por vezes indicados pelas sociedades específicas, que analisa as propostas de simpósios, mesas redondas, cursos e conferências enviadas pela comunidade científica. A Comissão Cientifica passou a exercer o papel desempenhado pelas antigas divisões especializadas na organização das RA a partir da XXI RA da SPRP (1991). Além da Comissão Científica conta também com assessores ad hoc para análise das comunicações científicas em duplo cego; uma comissão local e, por vezes, firma de eventos.

As reuniões anuais continuaram evoluindo e englobando outras atividades, tais como exposição de painéis permanentes, no intuito de divulgar, contrastar, polemizar instituições ou temas; sessões de lançamento de livros da área e fórum de debates. Na XXXIV RA (2004), em Ribeirão Preto, com 1465 participantes, os quatro dias de encontro estiveram repletos de atividades: pré-congresso sobre "Diretrizes curriculares: O conceito de ênfases e competências", 13 conferências, nove mesas redondas, 24 simpósios, 23 cursos, 34 sessões coordenadas e 870 painéis de comunicações científicas. Ao lado disso ocorreram fórum de debates, exposição de painéis permanentes, encontros de grupos com interesses específicos, lançamento de livros e outros eventos culturais e sociais, incluindo concerto com pianista de renome internacional.

Em função do aumento considerável de propostas de comunicações científicas, que cresce a cada ano, as comunicações orais foram parcialmente substituídas por sessões de apresentação de painéis, já na última RA da Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto (1991). Sob a presidência de Maria Martha Costa Hübner (sexta diretoria da SBP) procurou-se revitalizar as sessões de painéis, tendo em vista valorizar a apresentação de pesquisa. Para isto tem solicitado ao expositor de painéis uma apresentação oral sucinta do trabalho, seguida de breve comentários de um debatedor.

A realização das reuniões anuais passou a contar com o financiamento de agências de fomento, possivelmente a partir de 1975, a saber: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo; Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES); Financiadora de Estudos de Projetos (FINEP), estas duas mencionadas a partir de 1989. O evento conta também com apoio das Instituições que recebem a RA e taxa de inscrição paga pelos participantes. Outros apoios financeiros vieram do Conselho Federal de Psicologia, do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo e outros que a criatividade dos organizadores permitiu. Em 2003, o CNPq considerou a SBP uma entidade de grande impacto nacional, o que garantiu à Sociedade uma ajuda planejada por aquele órgão governamental.

b) "Promover atividades científicas, culturais e de divulgação; publicar os anais da Reunião Anual, revistas de Psicologia e outros periódicos e catálogos".

Esta meta tem sido parcialmente atingida com as publicações relacionadas às reuniões anuais e outras. A SBP continuou a publicar anualmente o programa da RA e o livro de Comunicações Científicas, contendo o resumo de todas as atividades que foram selecionadas pela Comissão Científica para fazer parte do programa. Em 2003, os Resumos foram lançados também em cd-rom e a partir de 2004, apenas em cd-rom. A pretensão é incorporá-los ao site da SBP. Sem sombra de dúvida, estas publicações constituem uma excelente representação da produção científica brasileira, desde a formação dos primeiros alunos dos cursos de Psicologia.

Além das publicações já tradicionais, a SBP criou dois periódicos "Temas em Psicologia" e "Cadernos de Psicologia", inicialmente para registrar a produção de boa qualidade veiculada durante a RA e, posteriormente, captando outras fontes de artigos. Enquanto "Temas" contêm especialmente relatos de pesquisas e começou a circular em 1993, "Cadernos" foram idealizados para uso no ensino de graduação e foi editado a partir de 1995. Infelizmente, ainda hoje, a Sociedade tem dificuldade para manter a assiduidade destes periódicos, em parte devido à falta de verbas especificas para esta finalidade. No intuito de modernização e superação das limitações financeiras, a partir deste ano os periódicos terão divulgação eletrônica.

Com a preocupação de divulgação do conhecimento em Psicologia, a SBP tem encaminhado periodicamente suas publicações às instituições que informaram manter curso de Psicologia, além de fornecer os periódicos aos sócios e aos participantes da RA, o material do evento.

A SBP é sócia da Associação Brasileira de Editores Científicos e procura participar do empenho para a divulgação científica da área. Por exemplo, consta do programa da XXIV RA (1994) uma reunião para "Avaliação da política de publicação científica no Brasil", com participação da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) e outras entidades; a XXXIV RA (2004) foi sede do I Encontro de Editores de Revistas Científicas da área de Psicologia. Relato do encontro e ata de criação da Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia deverá ser feito pela Comissão estatutária e entregue na próxima RA.

Inicialmente a comunicação da SBP com os sócios continuou sendo feita através do Boletim Informativo, veiculado desde o ano de criação da então SPRP. No início da sexta gestão, a SBP passou a transmitir as informações através do antigo site e partir de 2004 pelo endereço eletrônico www.sbponline.org.br que passou a ser interativo e integrado ao banco de dados da própria Sociedade. Este novo veículo, além de favorecer a comunicação com o sócio e outros interessados, busca facilitar o trabalho da Diretoria e Conselho da SBP, que cada vez mais têm sido compostos por profissionais de diferentes regiões do país. Nesta direção, a atual Diretoria está operando com uma secretária diretamente vinculada à presidência.

Ao mencionar o banco de dados, é necessário lembrar que o Estatuto da Sociedade preconiza "estruturar e manter um banco de dados sobre pesquisadores em Psicologia", porém esta meta foi superada pela iniciativa do CNPq com a criação da Plataforma Lattes.

c) "Interagir com outras Sociedades Científicas"

A SBP participa do quadro de Sociedades Científicas Associadas à Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência que, congrega sociedades associadas nas áreas das Ciências Biológicas (aqui incluída a SBP), Ciências Exatas, Humanas e Tecnológicas. Através desta Associação, está permanentemente em contato com as demais associações e é responsável pela escolha e indicação das atividades que comporão o programa da Reunião Anual e das Reuniões Regionais da SBPC, na área da Psicologia, o que permite responder, em parte, à meta estatutária de promover atividades científicas, culturais e de divulgação.

A SBP consta do Diretório Mundial das Associações de Psicologia. Por outro lado, o Conselho da SBP julgou inconveniente a filiação da SBP à International Union of Psychology (IUPsys), espaço anteriormente ocupado pela Associação Brasileira de Psicologia (ABP), em 1995, tendo em vista a recente dissolução da ABP. A SBP tem sido parceira de Sociedades de outros países quando da realização de eventos no Brasil, como Sociedade Interamericana de Psicologia (1997) e Association for Behavior Analysis (2004). A gestão atual, no intuito de favorecer relações internacionais, divulgou uma apresentação da Sociedade em boletim da American Psychological Association (APA).

Como a antecessora, a SBP continua oferecendo espaço para a organização e encontros de profissionais de diferentes subáreas, especialmente por ocasião das reuniões anuais. Apenas como ilustração apresentamos alguns exemplos a seguir. Na XXVIII RA (1998), foi promovida uma exposição permanente de painéis das Sociedades Científicas da área da Psicologia especialmente convidadas a se apresentarem à comunidade. A mesma RA foi palco para criação da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP). Na XXXIV RA (2004), foram expostos 21 painéis permanentes apresentando periódicos, serviços e associações e aconteceram encontros de profissionais com interesses específicos, a saber: coordenadores de Cursos de Psicologia, docentes de Análise Experimental do Comportamento (AEC), orientadores profissionais, grupos de pesquisa ("Estudos em Psicologia e Ciências Humanas: História e Memória", "Psicologia da Saúde em instituições e na comunidade") e o grupo de trabalho "História da Psicologia".

A interação com outras sociedades científicas também tem sido buscada para a composição da Comissão Científica, por ocasião da seleção de atividades para o programa das reuniões anuais. Por outro lado, a Sociedade tem sido procurada por associações que estão sendo extintas. Assim, a Assembléia dos sócios, realizada por ocasião da XXIV RA (1994), decidiu que a SBP fosse depositária dos arquivos da Associação Brasileira de Psicologia, preservando a história e a importância daquela Associação. Esta decisão respondeu à proposta de fusão e sucessão feita pela Associação Brasileira de Psicologia, representada pelo professor Franco Lo Presti Seminério. Mais recentemente a SBP recebeu solicitação semelhante da Associação Brasileira de Análise do Comportamento, não tendo aceitado a proposta na forma apresentada.

A SBP, em algumas ocasiões, trabalha ao lado do Conselho Federal e Regional de Psicologia. Nesta parceria, em meados da década 90 enviou representante para participar de Encontro Integrador de Psicólogos do Mercosul. Participou junto com Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP), Conselho Federal de Psicologia (CFP), Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPsi), Associação Brasileira de Ensino a Psicologia (ABEP) e Encontro Nacional do Estudante de Psicologia (ENEP) do Fórum de Entidades Nacionais de Psicologia, nos primeiros anos de sua existência (a partir da gestão 98-99), tendo se retirado do mesmo em 2002.

d) "Propor políticas de desenvolvimento científico para a Psicologia; representar a Psicologia junto a agências de fomento e órgãos governamentais".

Como sociedade nacional, a SBP tem atuação em âmbito federal, estadual e mesmo local.

Como membro da Reunião das Sociedades Associadas à SBPC, a SBP participa na elaboração de políticas junto ao CNPq, indica nomes para composição do Comitê Assessor de Psicologia, do Conselho Deliberativo ou de comissões para assuntos diversos daquele órgão. Participa na indicação de nomes para Prêmio Nobel da Paz. Na XXV RA (1995) promoveu "Encontro de pesquisadores e CNPq".

Em resposta à solicitação do Ministério da Educação e Desportos, especialmente Secretaria de Ensino Superior (SESu), a SBP indicou membros para compor a Comissão de Especialistas para estabelecer Diretrizes Curriculares para a graduação em Psicologia. Nesta direção, organizou Encontro sobre diretrizes curriculares para o curso de Psicologia, promoção conjunta com CRP/06, em 19 de junho de 1999, na cidade universitária USP, em São Paulo. Neste encontro, estiveram presentes: a comissão de especialistas do SESU e representantes dos cursos de Psicologia do Estado de São Paulo. No início de 2004, a SBP reuniu-se com a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) e o Fórum de Entidades Nacionais em Psicologia (FENPsi) e encaminharam ao Conselho Nacional de Educação (CNE) um texto consensual para as Diretrizes Curriculares para a Psicologia, o qual foi aprovado pelo órgão competente e homologado pelo Ministro da Educação em 12 de abril de 2004. A questão das Diretrizes Curriculares inspirou a escolha do tema central para a XXXIV RA (2004).

Por solicitação do Instituto Nacional de Ensino Pesquisa (INEP) indica, em 1999, nome para comissão que estabeleceu diretrizes para o primeiro exame nacional de cursos, o chamado "Provão" (2000), hoje substituído por outro tipo de avaliação; participa do I Seminário de Psicologia para coordenadores de cursos (20/3/2002); responde à solicitação de observadores externos para o Provão. Solicita a CAPES esclarecimentos frente a sugestões de irregularidade no processo de avaliação dos cursos de Pós-Graduação (PG), feitas pelo sócio Aroldo Rodrigues. Em 1999 indicou nomes para escolha do representante da área de Pós-Graduação na CAPES. Por outro lado, a CAPES solicita (em Setembro de 2004) à Sociedade, análise do documento síntese preliminar do Plano Nacional de Pós- Graduação.

É convidada para a plenária dos representantes dos trabalhadores da Saúde no Conselho Nacional de Saúde, para integrar grupo de trabalho para discussão de temáticas comuns à Psicologia e Psiquiatria, respectivamente 1996 e 1997.

A estas solicitações de âmbito nacional, somam-se outras como: foi signatária, junto com outras sociedades científicas, de documento com sugestão de nomes para composição do Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal; enviou moção à FAPESP pressionando pela não definição de assessor da área de Psicologia junto ao Conselho Científico; é solicitada para mandar representante para eleição e criação do Conselho Municipal de Saúde de Ribeirão Preto; posteriormente envia representante para participar, como delegado, da IV Conferência Municipal de Saúde de Ribeirão Preto.

Em síntese, a SBP é a representante nacional da Psicologia no Brasil e desempenha as funções a que se propôs desde 1971, sem qualquer interrupção, mantendo sede na cidade de Ribeirão Preto, estado de São Paulo e congregando cerca de 1000 sócios quites, dentre pesquisadores, estudantes e profissionais de diferentes regiões do Brasil e inclusive alguns estrangeiros. Promove há 35 anos a maior reunião científica da área de Psicologia no país, oferecendo cenário para a organização das diferentes vertentes da Psicologia enquanto ciência e profissão.

No corrente ano, realizará a XXXV RA, pela primeira vez no Estado do Paraná, em Curitiba, no campus da PUC, tendo por tema "Psicologia e Universidade: Liberdade de fazer e pensar". Este tema foi escolhido como um ato de afirmação diante da tentativa de submissão da Psicologia por outra área de conhecimento, que também atua na área da saúde.

A XXXV RA (2005) deverá discutir assuntos de grande relevância para a profissão, tais como: obrigatoriedade de quebra do sigilo profissional, projeto de lei do ato médico, que tramita no Senado Federal, e a menor valia do título de Doutor no mercado de trabalho, a questão da reforma universitária, a qual vem discutindo nas reuniões das Sociedades Científicas Associadas à SBPC. Caberá à Assembléia de sócios votar a adequação do Estatuto da Sociedade ao Novo Código Civil Brasileiro, inclusive a mudança de denominação.

Como temos presenciado, inúmeras foram as transformações observadas nestes trinta e cinco anos de existência da Sociedade, no contexto político-social, no uso das tecnologias, no campo de atuação profissional, na organização da classe, mas a importância de uma organização para defesa da Psicologia enquanto Ciência e Profissão persiste. Neste momento é importante ressaltar que o levantamento de informaçõs realizado para esta apresentação não foi exaustivo, especialmente os relacionados aos últimos anos, tendo em vista a proximidade dos fatos e o grande envolvimento com a atuação da Sociedade. Mesmo assim, é possível concluir que, neste período de existência, a SBP constituiu um fator decisivo na formação de muitos dos renomados pesquisadores brasileiros, na preservação e organização da produção científica na área, desde a criação dos Cursos de Psicologia e, por que não, na construção da História da Psicologia no Brasil.

Fontes Consultadas:

Campos de Carvalho, M.I. (1988) Anais da XVIII RA, p. 6.

Gorayeb, R. (1990) História da Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto.

Ciência e Cultura, Revista da SBPC, 42 (10), p. 827-831.

Rozestraten, R.J.A. (1988) Anais da XVIII RA, p. 6-10.

Sociedade Brasileira de Psicologia (1991) Estatuto da Sociedade Brasileira de Psicologia

Sociedade Brasileira de Psicologia (1991-2004) Programas e Comunicações Científicas das Reuniões Anuais.

Sociedade de Psicologia de Ribeirão Preto (1971-1991) Programas e resumos das Reuniões Anuais e Anais das Reuniões Anuais.

Souza, D.M. e Alves, Z.M.M.B. (1988) Anais da XVIII RA, p. 3-4.

Williams, L. & Hübner, M. M. (2004) Organization Profile: Brazilian Psychological Association. Psychology International of American Psychological Association Office of Internacional Affairs, 15 (1), p.8.

Márcia R. Bonagamba Rubiano: é psicóloga, sócia fundadora e tesoureira da SBP: gestões 92-93, 94-95, 98-99, 2002-2003 e atual. Profª. Drª. aposentada do Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.

Pedido semelhante da Associação Brasileira de Análise do Comportamento foi analisado.

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